Para muitas mulheres, que sonham com a maternidade, quando finalmente esse momento chega ele traz junto uma mistura de emoções que vão de euforia e amor, até angústia, medo e dúvidas. E é sobre uma dessas dúvidas que queremos conversar com vocês hoje. A pergunta recorrente entre as futuras mamães: contar para a família e amigos que está grávida ou… esperar “vingar”!?
Para esse questionamento não existe uma resposta simples, nem uma resposta única que possa “servir” para todas as realidades.
Segundo a psicóloga, Alessandra Silva Manoel (CRP 12 03863), que trabalha no atendimento de casais com dificuldades para engravidar, para alguns, essa dúvida pode até parecer simples de resolver mas na prática ela tira o sono de muitas pacientes, que buscam a ajuda dela ou dos médicos para decidirem se contam ou não sobre a gravidez para as pessoas mais próximas, antes dos três primeiros meses da gestação (período considerado de risco, onde o índice de perdas é maior).
Toda a questão nesse âmbito, desde contar ou não que estão fazendo tratamento até a opção de contar ou não que o teste de gravidez veio positivo é uma decisão que cabe exclusivamente ao casal! Assim sendo, nenhum profissional envolvido pode interferir a ponto de decidir por eles. Por outro lado, médicos e psicólogos podem ajudar a organizar os pensamentos e a elencar os pontos positivos e negativos de cada opção.
O que teria de bom e positivo em contar? Contar é poder dividir, é ter apoio, é poder compartilhar uma alegria, é não se manter em segredo, pois estar em segredo pode incomodar. Contando, ainda que em caso de insucesso serão mais “ombros amigos” dispostos a acolher.
Por que então não contar? Quem opta por esse caminho, baseia sua decisão no medo em que algo aconteça. Essa é uma decisão apoiada no medo da perda, no medo que a alegria não perdure. Será que é melhor passar por essa história em silêncio, sem dividir com quem nos quer bem?
Em caso de insucesso, aqueles que optam por não contar que o bebê estava a caminho são “poupados” de reviver o sofrimento envolvido cada vez que são questionados e de ter que repetir a história várias e várias vezes. Por outro lado, por exemplo, se um aborto acontecer e ninguém souber do sofrimento que estão vivendo, como poderão eles poderão apoiar, confortar e até ser o colo que precisariam?
O casal tem que pensar nesses dois cenários e avaliar como se sentem em cada um deles e dessa forma decidir.
Em síntese, se a pergunta for: o que é o melhor? A resposta será: cada casal terá que analisar qual é o seu melhor caminho pois cada um tem uma história de vida única, dentro de um contexto familiar e social que é só deles!