Na avaliação básica da fertilidade masculina emprega-se fundamentalmente o exame laboratorial Espermograma. Esse exame fornece diversas informações, sendo as mais relevantes para a avaliação clínica a quantidade de espermatozoides presentes no ejaculado, além do percentual de espermatozoides vivos (vitalidade), padrão de motilidade, morfologia dos espermatozoides e volume da amostra.
Quando se identificam alterações importantes na contagem do número de espermatozoides (Concentração Espermática) ou na motilidade e vitalidade, pode ser necessário a realização de técnicas de Reprodução Assistida para solucionar a infertilidade masculina. Para auxiliar o médico na escolha da melhor técnica a ser empregada, alguns exames adicionais podem ser realizados, entre eles: dosagens hormonais, ultrassom da bolsa escrotal, exames laboratoriais genéticos e um teste denominado Capacitação Espermática.
A Capacitação Espermática é uma técnica que consiste em separar os melhores espermatozoides do plasma seminal, objetivando eliminar da amostra os espermatozoides imóveis, os detritos celulares bem como os leucócitos e as células imaturas. Para tanto, a técnica de separação é realizada por gradiente descontínuo de densidade na qual é aplicada uma força centrífuga (1200 rpm) que força os espermatozoides a passarem através de duas camadas de substâncias contendo partículas de sílica com diferentes concentrações e densidades resultando na separação dos espermatozoides do plasma seminal.
Dessa forma, a capacitação espermática tende a melhorar a seleção de espermatozoides, separando aqueles com melhor viabilidade, morfologia e vitalidade. Em nossa clínica, essa seleção é fundamentalmente um procedimento indicado para auxiliar o médico na escolha da técnica de Reprodução Assistida mais apropriada para o tratamento do casal com importante infertilidade de causa masculina, permitindo identificar critérios para opção por uma Inseminação Artificial ou Fertilização in Vitro.
Isso porque para que uma Inseminação Artificial possa ser bem sucedida é necessário que após a realização da Capacitação Espermática, seja obtida uma concentração mínima de 5 milhões de espermatozoides por mililitro, sendo ainda necessário que pelo menos 1/3 desses espermatozoides tenham motilidade progressiva. Caso esses critérios não sejam preenchidos o tratamento de escolha passa a ser a Fertilização in Vitro.