Apesar dos avanços, principalmente no campo da genética, a etiologia da infertilidade masculina ainda é desconhecida em cerca de 50% dos casos, sendo denominada como infertilidade idiopática. O exame comumente utilizado para avaliar o potencial fértil do homem é o espermograma convencional que avalia os parâmetros macroscópicos e microscópicos do ejaculado, embora os parâmetros seminais tenham um poder limitado para prever uma gravidez espontânea ou assistida.

Em contraste, estudos recentes têm indicado que os danos no DNA do espermatozoide estão intimamente associados com o fator da infertilidade do homem e podem ser uma ferramenta útil para o diagnóstico desta. A análise convencional de sêmen não reflete a qualidade do DNA espermático. Homens com sêmens considerados normais (normozoospérmicos) podem ainda apresentar infertilidade e a causa pode estar relacionada com a presença de DNA danificado no espermatozoide.

A fragmentação de DNA espermático pode ter sua origem em múltiplos fatores, como: alimentação, febre alta, aumento da temperatura testicular, uso de drogas ilícitas e determinados fármacos, poluição, fumo, uso frequente de telefone celular transportado no bolso da calça (próximo da bolsa escrotal), presença de varicocele na bolsa escrotal e idade avançada entre outros.

A integridade do DNA espermático é imprescindível para sucesso da reprodução humana já que após a fertilização este DNA contribui com a metade do genoma do embrião. Altas porcentagens de danos ao DNA espermático foram relatadas por aumentar o risco de abortos recorrentes, diminuir as chances de uma implantação bem sucedida e possivelmente levar a efeitos negativos sobre a saúde da criança gerada.

O paciente que apresentar altos índices de fragmentação de DNA espermático (≥ 18%) pode ser submetido a tratamento com o uso de antioxidantes, anti-inflamatórios e antibióticos.

A punção do epidídimo ou testicular também pode ser utilizada para obtenção de espermatozoides com menores índices de fragmentação do DNA.