A Inseminação Intrauterina (IIU) é uma técnica de reprodução assistida caracterizada como de baixa complexidade, pois a fecundação ocorre no interior do corpo feminino. Nesse tratamento, depositamos um “concentrado” de espermatozoides móveis dentro do útero da paciente no momento da ovulação. Para que essa sincronia de ovulação e inseminação dos espermatozoides ocorra, o desenvolvimento folicular ovariano é estimulado através do uso de hormônios e controlado ao Ultrassom Transvaginal por um período de 10 a 12 dias (Indução da Ovulação).

O crescimento dos folículos monitorado por ultrassom permite a previsão do dia da ovulação. No dia da inseminação o sêmen é capacitado e depositado na cavidade intrauterina por meio de um cateter, aumentando as chances de fertilização. Os principais requisitos para a realização desta técnica é que haja pelo menos uma tuba uterina permeável (e funcionante) e que a concentração de espermatozoides móveis seja superior a 5 milhões/ml.

As principais indicações para o uso desta técnica são:
– Fator cervical (estreitamento do canal endocervical ou teste pós-coital alterado)
– Infertilidade sem causa aparente em paciente com idade inferior a 35 anos
– Endometriose de grau leve
– Fator masculino leve
– Disfunção sexual (vaginismo, anejaculação ou disfunção erétil)
– Necessidade de uso de sêmen de doador (parceiro azoospérmico ou casal homoafetivo)
– Falha do tratamento de relação sexual programada.

As taxas de sucesso na IIU (gestação) reduzem de maneira significativa nas mulheres acima de 35 anos ou com tempo de infertilidade superior a 3 anos, por essa razão, nesse grupo de pacientes, indicamos a Fertilização in vitro como primeira opção de tratamento.

Passos da Inseminação Intra-Uterina (IIU)
1) ESTIMULAÇÃO OVARIANA CONTROLADA: uso de medicamentos para estimular a maturidade dos óvulos ( geralmente gonadotrofinas ) e induzir a ovulação.

2) MONITORIZAÇÃO FOLICULAR E ENDOMETRIAL: companhamento do tratamento para medir o crescimento dos folículos e endométrio, adequando a dosagem dos medicamentos e prevenindo o aparecimento de efeitos colaterais sérios. Esse acompanhamento é feito através de ultrassom transvaginal (duas ou três vezes durante o ciclo do tratamento) e ocasionalmente também através da dosagem dos hormônios em uma amostra de sangue.

3) SINCRONIZAÇÃO E INSEMINAÇÃO: quando dois ou três folículos atingirem o tamanho ideal, a ovulação é induzida a ovulação com emprego do fármaco alfacoriogonadotropina ou HCG urinário.

4) PROCESSAMENTO SEMINAL: uma amostra de esperma, é preparada no laboratório, cerca de uma hora e meia, a duas horas antes da inseminação e na sequência introduzida dentro do útero através do emprego de um cateter. Preconizamos apenas 2 dias de abstinência sexual, com o intuito de reduzir espermatozoides com fragmentação de DNA elevada. Ao final do procedimento, os espermatozoides móveis serão concentrados em 0,5 ml de volume e introduzidos dentro do útero.

5) TESTE DE GRAVIDEZ: exame Beta-hCG é realizado 15 dias após a inseminação.
Os índices de sucesso da IIU situam-se entre 15% e 20% por ciclo, podendo alcançar 50% depois de 3 tentativas no decorrer de um ano – contanto que a contagem de espermatozoides do parceiro masculino esteja dentro dos limites normais e as trompas da parceira estejam em boas condições. Isso significa que para cada cem casais envolvidos em repetidos ciclos de IIU aproximadamente 50 conseguirão engravidar e terão bebês saudáveis após um ano de tratamento.
O casal pode tentar três ciclos de IIU e, se não for bem-sucedido, optar por outros métodos mais complexos como a FIV – fertilização in vitro.