O Espermograma é o principal exame para avaliar o fator masculino. Os resultados obtidos neste teste são frequentemente relacionados com potencial de fecundidade e com a chance de se obter uma gravidez, entretanto é necessário considerar outros fatores que podem influenciar no potencial reprodutivo como atividade sexual, estado das glândulas sexuais acessórias, uso de medicamentos, drogas ilícitas, tabagismo, álcool, estado de saúde geral e outros.

Este exame inclui estudos dos parâmetros seminais macroscópicos (volume, pH, cor, aspecto, viscosidade e tempo de liquefação) e microscópicos (concentração, motilidade, vitalidade, presença ou não de células redondas e morfologia, a qual idealmente deve ser avaliada pelos critérios estritos de Kruger).

Principais parâmetros normais, de acordo com a Organização Mundial da Saúde:

Volume: deve ser maior ou igual a 1,5 ml.

Concentração: em ejaculações normais, quando não há obstrução do trato masculino e não há curto tempo de abstinência, o número total de espermatozoides, em cada 1 mililitro de ejaculado é correlacionado com o volume testicular e mensura a capacidade dos testículos de produzir espermatozoides. A concentração mínima normal é de 15 milhões de espermatozoides por mililitro de ejaculado.

Motilidade: Espermatozoides Móveis Progressivos são espermatozoides que se movem ativamente, linearmente ou em um grande círculo, independente da velocidade. Espermatozoides Móveis Não Progressivos são espermatozoides que se movimentam, porém, com ausência de progressão. Ex: nadando em pequenos círculos ou movimentando apenas a cauda.

Espermatozoides Imóveis: espermatozoides sem movimentação.

Valor normal: 32% do total de espermatozoides móveis, devem apresentar motilidade progressiva.

Vitalidade: No mínimo, 58% dos espermatozoides devem ser encontrados vivos, no ejaculado.

Morfologia: Morfologicamente divide-se o espermatozoide em três partes: cabeça, peça intermediária e cauda.

Para melhorar avaliar a morfologia dos espermatozoides, o laboratório deve empregar corantes especiais, de acordo com a técnica de Kruger. Quando utilizada esta técnica, considera-se normal o encontro de 4% do total dos espermatozoides com morfologia adequada.

Quando o percentual de espermatozoides com morfologia normal ( pelos critérios de Kruger ) é inferior a 4%, observa-se menores índices de gravidez espontânea, maiores taxas de abortamento e pior prognóstico nos resultados de inseminação artificial e Fertilização in Vitro.

Existe uma associação entre baixo percentual de espermatozoides com morfologia normal e aumento no índice de fragmentação do DNA dos espermatozoides.

Referência:
World Health Organization, “WHO laboratory manual for the examination and processing of human sêmen”, 5th ed., 2010.