Embora a diminuição progressiva da quantidade e da qualidade dos oócitos ao longo da vida seja um fato concreto, a fecundidade varia significativamente entre as mulheres de uma mesma faixa etária e grande parcela permanece com ciclos menstruais normais até muito próximo da menopausa, tornando-se um desafio inferir suas chances de concepção. A necessidade de encontrar um bom teste de reserva ovariana ganha realce com a tendência atual de se postergar a maternidade (Hamilton et al, 2014).

Recentemente, têm-se teorizado que o AMH (Hormônio Anti Mulleriano) é um marcador mais fidedigno do que a idade, na medida em que prediz o grau de envelhecimento ovariano. É possível obter amostras do AMH em qualquer dia do ciclo, uma vez que a variação dos níveis intraciclo e interciclo não é estatisticamente significante. A dosagem desse hormônio é realizada em amostra de sangue periférico, não sendo necessário jejum.

Além do AMH, existem outros marcadores da reserva ovariana, como contagem dos folículos antrais (CFA) realizados por ultrassom transvaginal nos primeiros 7 dias do ciclo menstrual, e hormônio folículo estimulante (FSH). Nos dias atuais, o AMH e a CFA são considerados os melhores exames para se avaliar a reserva ovariana.

É considerada uma boa reserva ovariana um valor de AMH acima de 1,5 ng/ml. Altos níveis de AMH estão associados a grande número de oócitos a serem aspirados em mulheres que irão se submeter a ciclos de FIV, havendo até mesmo, risco maior de síndrome de hiperestímulo ovariano quando os valores são maiores que 4,0 ng/ml. Da mesma forma, baixos níveis podem predizer uma má resposta, e o protocolo de medicação deve ser individualizado, com a finalidade de obter melhores resultados.